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Assinatura Eletrônica Avançada: Entenda sua Validade Jurídica

STF Reafirma Regras para Precatório Complementar

O uso de assinatura eletrônica avançada tem ganhado cada vez mais espaço no Brasil, especialmente com o aumento da digitalização de processos e contratos. Recentemente, a Terceira Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) reafirmou que a falta de credenciamento da entidade certificadora na Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira (ICP-Brasil) não invalida, por si só, a validade da assinatura eletrônica. Neste artigo, exploraremos a decisão do STJ, o conceito de assinatura eletrônica avançada, sua base legal e implicações práticas.


O Que É Assinatura Eletrônica Avançada?

A assinatura eletrônica avançada é um método de validação de documentos digitais que utiliza recursos tecnológicos para garantir a identidade do signatário e a integridade do conteúdo. Embora não exija certificação pela ICP-Brasil, ela possui mecanismos robustos de segurança e autenticidade.

Comparativo entre Tipos de Assinaturas Eletrônicas

Tipo de AssinaturaValidade JurídicaRequisitos
SimplesValidade limitadaUsuário e senha ou outro método básico
AvançadaMesma validade de uma assinatura físicaMétodos que garantam a integridade e autoria
QualificadaMaior presunção de autenticidadeCertificação pela ICP-Brasil

A assinatura eletrônica avançada, apesar de possuir menor força probatória que a qualificada, é amplamente aceita em diversas situações contratuais, como destacou o STJ.


A Decisão do STJ sobre a Validade da Assinatura Eletrônica

Contexto do Caso

O julgamento decorreu de um contrato assinado digitalmente em uma plataforma de assinatura eletrônica, a Clicksign. O Tribunal de Justiça do Paraná havia extinguido a ação de busca e apreensão por entender que a ausência de credenciamento na ICP-Brasil invalidava a autenticidade da assinatura. Contudo, ao recorrer ao STJ, a credora defendeu que o contrato seguia os princípios legais de liberdade contratual e autonomia das partes.

Posição do STJ

A relatora, ministra Nancy Andrighi, ressaltou que:

  • A Lei 14.063/2020 e a MP 2200/2001 reconhecem validade jurídica a assinaturas eletrônicas de diversos níveis.
  • A assinatura eletrônica avançada utilizada no caso assegurava autenticidade e integridade, como acordado entre as partes.
  • O fato de a entidade certificadora não ser credenciada na ICP-Brasil não compromete a validade da assinatura.

Essa decisão confirma que, desde que haja consenso entre os contratantes e mecanismos claros de verificação, a assinatura avançada é válida e possui força jurídica.


Base Legal para Assinaturas Eletrônicas no Brasil

Medida Provisória 2200/2001

A MP 2200/2001 instituiu a ICP-Brasil como referência nacional para a certificação digital, mas, em seu artigo 10, §2º, deixou claro que outros métodos também poderiam ter validade jurídica.

Lei 14.063/2020

A Lei 14.063/2020 categorizou as assinaturas eletrônicas em:

  1. Simples;
  2. Avançadas;
  3. Qualificadas.

Ela reconhece que todos os tipos de assinaturas possuem validade, desde que utilizados em conformidade com o grau de segurança exigido por cada situação.


Benefícios da Assinatura Eletrônica Avançada

  1. Praticidade: Reduz a burocracia, permitindo a formalização de contratos à distância.
  2. Segurança: Garantia de integridade e autenticidade por meio de criptografia.
  3. Sustentabilidade: Elimina a necessidade de documentos físicos, contribuindo para a preservação ambiental.
  4. Eficácia Jurídica: Reconhecida pela legislação brasileira, sua validade depende da aceitação entre as partes.

Casos Práticos de Uso

A assinatura eletrônica avançada é amplamente utilizada em:

  • Contratos de empréstimo;
  • Documentos comerciais;
  • Autorizações e procurações.

Um exemplo prático é o uso em plataformas como a Clicksign, onde contratos podem ser assinados e autenticados digitalmente com rapidez e segurança.


Desafios e Cuidados

Embora amplamente aceita, a assinatura eletrônica avançada enfrenta desafios, como:

  • Resistência ao digital: Muitos ainda preferem métodos tradicionais por desconhecerem as normas aplicáveis.
  • Riscos de fraude: Apesar de segura, o uso inadequado pode gerar dúvidas sobre autenticidade.

Como Mitigar Riscos?

  1. Escolher plataformas confiáveis e com histórico de segurança.
  2. Garantir que as partes estejam cientes e de acordo com o método de assinatura.
  3. Realizar auditorias regulares nos processos de assinatura digital.

Impacto da Decisão do STJ

Para o Mercado

A decisão fortalece a confiança no uso de assinaturas eletrônicas avançadas, incentivando a adoção de soluções digitais no mercado financeiro e em outros setores.

Para o Direito

Cria um importante precedente, destacando a importância da liberdade contratual e da adaptação do Direito às novas tecnologias.


Conclusão

A decisão do STJ sobre a assinatura eletrônica avançada reforça a validade jurídica e a adaptabilidade dos contratos digitais no Brasil. Com base na liberdade das formas e no consenso entre as partes, essa modalidade é uma ferramenta eficiente, prática e segura para formalização de documentos no ambiente virtual.

À medida que o mercado se digitaliza, o reconhecimento e a regulamentação de tecnologias como a assinatura eletrônica avançada tornam-se essenciais para equilibrar inovação e segurança jurídica.

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