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Oficiais de justiça e sistemas eletrônicos: o que muda com a nova resolução?

"Substituição de índices de correção de débito fazendário"

Os oficiais de justiça e sistemas eletrônicos terão uma integração mais efetiva graças à recente decisão do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). A medida, aprovada na última terça-feira (10/12), amplia as atribuições desses profissionais, permitindo o uso de ferramentas digitais para localizar bens, pessoas e inserir restrições patrimoniais diretamente em plataformas como o Sisbajud e Renajud.

Neste artigo, detalhamos o que muda com essa resolução, seus impactos na atuação dos oficiais de justiça e no cumprimento das decisões judiciais.


O que prevê a nova resolução do CNJ?

A resolução aprovada pelo CNJ, relatada pelo ministro Luís Roberto Barroso, visa modernizar e tornar mais ágil o trabalho dos oficiais de justiça. Agora, esses profissionais poderão acessar diretamente sistemas eletrônicos do Poder Judiciário, como o Sisbajud, Renajud e outros bancos de dados. Entre as principais mudanças estão:

  • Busca de bens e pessoas: os oficiais poderão localizar informações patrimoniais e registrar bloqueios diretamente nos sistemas.
  • Acesso a plataformas digitais: mediante login e senha próprios, os oficiais terão maior autonomia para cumprir mandados.
  • Restrição patrimonial automatizada: inserção de restrições será possível após o prazo de citação sem pagamento ou indicação de bens pelo executado.

Essa medida atende a um antigo pleito da categoria e valoriza o conhecimento técnico dos oficiais de justiça, adaptando-o ao contexto digital.


Impactos na atuação dos oficiais de justiça

A integração entre os oficiais de justiça e sistemas eletrônicos representa uma revolução na maneira como esses profissionais conduzem suas atividades. Antes, muitos procedimentos dependiam de solicitações intermediárias, o que aumentava o tempo de cumprimento dos mandados.

Agilidade no cumprimento de ordens judiciais

Com o acesso direto a sistemas como o Sisbajud e Renajud, os oficiais poderão:

  1. Localizar bens de forma mais eficiente: os sistemas permitem consultas em tempo real sobre ativos financeiros e veículos.
  2. Evitar atrasos: as ações podem ser realizadas diretamente, sem a necessidade de intermediários.
  3. Tornar execuções mais eficazes: os bloqueios patrimoniais e a penhora de bens ocorrerão de maneira mais ágil.

Valorização da expertise dos oficiais

A resolução reconhece o papel dos oficiais de justiça como auxiliares fundamentais na execução de decisões judiciais. Segundo o conselheiro Guilherme Feliciano, que coordena o Fórum de Discussão Permanente de Gestão da Carreira dos Servidores do Poder Judiciário, essa medida utiliza o conhecimento técnico dos profissionais e o aplica no ambiente digital.


Quais sistemas eletrônicos os oficiais de justiça poderão acessar?

Os oficiais de justiça e sistemas eletrônicos agora estão diretamente conectados, permitindo acesso a diversas ferramentas do Poder Judiciário e outros sistemas integrados. Entre os principais estão:

1. Sisbajud

O Sistema de Busca de Ativos do Poder Judiciário (Sisbajud) é usado para localizar e bloquear ativos financeiros. Os oficiais poderão:

  • Consultar contas bancárias;
  • Inserir ordens de bloqueio de valores após o vencimento do prazo de citação.

2. Renajud

O sistema permite realizar restrições judiciais sobre veículos. A atuação dos oficiais incluirá:

  • Consulta de veículos registrados em nome do executado;
  • Inserção de restrições que impeçam a venda ou transferência.

3. Integração com serventias extrajudiciais

A resolução também prevê a ampliação do acesso aos sistemas de:

  • Imóveis e registros cartorários;
  • Notas, títulos e documentos.

Isso facilitará a localização de bens imóveis e outros patrimônios registrados.


Limites de atuação dos oficiais de justiça

Embora a nova resolução amplie os poderes dos oficiais de justiça, há limites importantes estabelecidos para garantir a segurança das informações e a imparcialidade do processo.

O que os oficiais podem fazer:

  • Inserir restrições patrimoniais em sistemas após autorização judicial;
  • Cumprir mandados de busca de bens e pessoas utilizando plataformas digitais;
  • Acessar dados para localizar endereços e ativos.

O que os oficiais não podem fazer:

  • Retirar restrições inseridas nos sistemas;
  • Desbloquear valores financeiros;
  • Acessar extratos bancários, salvo se houver delegação específica.

Esses limites garantem que as informações sensíveis e as ações de desbloqueio permaneçam sob controle direto do magistrado ou de servidores delegados.


Tabela comparativa: antes e depois da resolução

AspectoAntes da ResoluçãoDepois da Resolução
Acesso aos sistemasDependência de intermediários.Login direto com senha própria.
Busca de bens e pessoasProcesso lento e descentralizado.Realizado de forma digital e integrada.
Restrição patrimonialNecessidade de autorização judicial prévia.Inserção automatizada após prazo de citação.
Valorização dos oficiaisPapel limitado na execução de ordens.Reconhecimento como auxiliares fundamentais.

Benefícios para o Judiciário e a sociedade

A modernização promovida pela integração entre os oficiais de justiça e sistemas eletrônicos gera benefícios que vão além da categoria. O impacto positivo será sentido tanto pelo Poder Judiciário quanto pela sociedade como um todo.

Para o Poder Judiciário:

  1. Redução de prazos processuais: as ordens judiciais serão cumpridas com maior rapidez.
  2. Eficiência administrativa: menos burocracia e maior autonomia para os oficiais de justiça.
  3. Melhoria na gestão de recursos: otimização do tempo e do trabalho dos magistrados.

Para a sociedade:

  1. Agilidade na execução de sentenças: credores poderão recuperar bens ou valores com mais rapidez.
  2. Segurança jurídica: processos mais transparentes e menos sujeitos a falhas.
  3. Confiança no sistema de Justiça: modernização reforça a credibilidade das instituições.

Conclusão

A decisão do CNJ que conecta oficiais de justiça e sistemas eletrônicos representa um avanço significativo na modernização do Judiciário. Com maior autonomia e acesso direto a ferramentas digitais, os oficiais de justiça poderão desempenhar suas funções de forma mais ágil e eficaz, beneficiando tanto o Poder Judiciário quanto os cidadãos.

Essa medida reforça o compromisso com a eficiência e a transparência, pilares fundamentais para um sistema de Justiça mais acessível e confiável.

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